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Fotorreportagem - Comerciantes da Orla do Guaíba

Comerciantes após a revitalização da Orla do Guaíba
A revitalização da orla do Guaíba, iniciada em 2015, foi entregue à população em junho do ano passado. Com a renovação, inúmeros benefícios foram proporcionados a quem frequenta o espaço. Porém, os comerciantes que trabalhavam diariamente em um dos principais pontos turísticos de Porto Alegre não foram tão beneficiados assim. No período que antecedeu a obra, estes trabalhadores foram realocados nas proximidades do Anfiteatro Pôr-do-Sol, cerca de 2 km de distância da Usina do Gasômetro. Hoje, um ano depois da inauguração, eles continuam neste lugar  provisório sem previsão para retornar ao local original.


Esta fotorreportagem foi feita para a disciplina de fotojornalismo 2. 
Fotografias e texto: Rochane Carvalho e Geovana Benites
Depois de três anos de obras, o trecho revitalizado entre a Usina do Gasômetro e a Rótula das Cuias recebe cerca de 50 mil visitantes todos os fins de semana. No ponto turístico foram construídos bares e restaurantes para antigos e novos comerciantes. Durante o período de construção  os vendedores que tinham ponto fixo, garantido por alvará pela prefeitura, foram remanejados. 
Esses trabalhadores firmaram um acordo com a prefeitura de ser realocados nas proximidades do Anfiteatro Pôr-do-Sol provisoriamente. O principal público deles deixou de ser pessoas que frequentavam o espaço por lazer e passou a ser corredores e ciclistas que usam aquela  região para a prática de atividades físicas.
Elemar Gianechini, vice-presidente da Associação dos Ambulantes da Orla do Gasômetro, foi um dos comerciantes removidos durante o processo de revitalização. Segundo ele, a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (SMIC) garantiu que assim que fossem terminadas as obras eles voltariam para o antigo ponto, porém em bares construídos pela prefeitura. 
Gianechini, como é conhecido pelos seus clientes, trabalha na orla há 22 anos e relata que o espaço que será entregue pela prefeitura não atende as suas demandas, devido ao local ser apertado e não comportar todos os seus equipamentos.
A área em que os comerciantes estão é ampla e permite que os consumidores possam se sentir mais confortáveis, já que ali se torna um ponto de encontro. O ambiente conta com mesas, cadeiras e bicicletários próximo às barracas o que não seria possível no novo espaço.
Segundo José Carlos Pereira da Silva, trabalhador da orla há 25 anos, cerca de 19 barracas estão fechadas mesmo após a conclusão da obra. Ele e os demais vendedores não sabem quais são os motivos para que o acordo firmado não seja cumprido, mas a hipótese é o excesso de burocracia.
A maior dificuldade apontada por eles foi o período de adaptação depois da mudança. Além disso, José Carlos afirma que houve uma baixa considerável no faturamento, uma das razões apontadas é a distância e a falta de estacionamento próximo.
Apesar dos problemas apontados, eles apostam na variedade e no baixo custo para se diferenciar dos demais bares. A água de coco é produto que mais gera lucro.
Jorge Alberto Silva conta que durante os 30 anos que esteve presente trabalhando na orla conseguiu fidelizar um grande número de fregueses. Porém, muitos deles deixaram de frequentar a sua barraca  após a mudança. 
Em relação a revitalização em geral para Porto Alegre, todos são unânimes em dizer que é uma excelente conquista para a população. No entanto este ganho ainda não pôde ser desfrutado por eles. Enquanto isso, os comerciantes aguardam por um posicionamento do órgão responsável para que a situação se resolva. 
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